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Meu lugar no mundo

Gislaine Miguel, a Gisa, tem 47 anos, é sagitariana, mãe do Raphael e de cinco pets. Terapeuta e mentora de mulheres em desenvolvimento, é apaixonada pelo processo de autoconhecimento e acredita no poder transformador das palavras. Seus contos refletem sua jornada pessoal e profissional, trazendo reflexões profundas sobre a vida, o crescimento e a conexão com a essência humana. Cuidado com esse conto! Ele contém doses de terapia.

Lugar de mulher é onde ela quiser. Tudo bem. A frase é boa mas… e se a gente não sabe onde quer estar?

Ao longo da jornada como terapeuta, vejo tantas (e tantos) pacientes buscando caminhos, propósitos e lugares… que nunca serão o bastante, pelo simples fato de que em lugar nenhum são aquilo que gostariam de ser.

Quero ser médica, disse uma. Queria ser engenheiro disse outro. Eu só queria fazer meu bolo de laranja pro café da tarde sem pressa e passear com meu cachorro no final da tarde, me relatou outra.

Uma busca insana por valor, reconhecimento, corpo perfeito, dinheiro e status nos tiraram o mínimo: o nosso lugar.

Qual é o seu lugar? Você já se fez essa pergunta?

Quem são seus pais? Seus avós? E bisavós?

Você é a (o) filha (o) mais nova (o)? Mais velha (o)?

Como você se comportava na sua infância?

Do que você gostava?

Quais eram seus sonhos e maiores desejo de realização?

Com o que você brincava?

O que te deixava feliz?

O que te deixava triste?

O que te parecia um conto, agora virou uma sessão de terapia (risos rsrsr), mas de fato aqui eu quero mesmo ser provocativa.

Chega de viver uma vida mais ou menos. Chega de viver uma vida que não é sua. Chega de buscar incansavelmente algo que você nem sabe mesmo se quer!

Um lugar. Eu te afirmo. Você só busca um lugar. O SEU.

Temos em nossa vida uma ordem por nascer, uma família por acompanhar e dentro desse processo, corre em paralelo tudo que de fato nos move. Não somente nosso querer, mas nosso padrão familiar manda em paralelo mensagens codificadas e que a gente leva tempo pra decifrar. As vezes nem decifra… e assim seguimos vivendo um sei lá o quê cheio de medos e incertezas sobre o hoje, quem dirá o amanhã.

Buscando minhas origens entendi meus sonhos e desígnios de infância. Decodifiquei os sinais do padrão e compreendi que a alma sempre sabe o caminho, a gente que inventa uns atalhos pra se enganar de vez em quando…e quando tudo se torna claro, limpo como água, a gente entende que nosso lugar no mundo, pode ser sim qualquer um onde a gente quiser. Mas tem que ser aquele onde a alma vibra. Onde o coração se aquece. Onde a gente faz morada com a felicidade e ali se aconchega. Com nosso padrão. Com nosso sistema familiar. Com nossa origem. Com nosso mundo todinho.

E aí paramos de correr. Paramos de pensar e sofrer. O nosso lugar está sempre nos esperando de braços abertos. A gente só precisa reconhecer. Você se sente ocupando o seu lugar? Se não… mova-se. Ele está por ai te esperando.